Salvador ganhou, nesta terça-feira (20), a mais nova unidade do Conexão Cidadã, projeto nacional voltado para catadores e catadoras autônomos de materiais recicláveis. Realizado pela Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), a iniciativa conta com o apoio da Prefeitura de Salvador, do Instituto Heineken e da Tetra Pak. O evento de lançamento, ocorrido na manhã de hoje no Doca 1, no Comércio, reuniu autoridades, catadores, parceiros e representantes da Ancat.

O programa foi originalmente lançado em 2024, em São Paulo, com o nome de Hub da Cidadania, mas em 2025 recebeu o nome de Conexão Cidadã. Na capital baiana, a meta é ir nas comunidades para cadastrar mil catadores que atuam de maneira informal e trazer dignidade para estes trabalhadores, como explica o titular da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler.

“Alguns catadores provavelmente não têm documentação ou precisam de algum atendimento psicológico ou de saúde. Sendo assim, vamos dar orientação e indicar para ações promovidas pela Prefeitura, através de secretarias como a Sempre (Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer), com o CadÚnico, e a Semdec (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda), para se tornar um empreendedor”, diz.

O presidente da Ancat, Roberto Rocha, conta há 12 equipamentos em todo o país atualmente para apoiar a cidadania e o fortalecimento dos catadores e catadoras de rua. “A sociedade ganha com a inclusão deste público, que se fortalece e passa a saber que a catação na rua é um trabalho importante e que, como profissão, o trabalhador pode se engajar em uma cooperativa, por exemplo”, declara.

Consultório móvel – O projeto funciona da seguinte forma: um trailer vai até a comunidade, com a equipe técnica, para que seja feita a triagem e cadastro dos profissionais. Em seguida, é estabelecido um contato com o trabalhador, de maneira a oferecer, de forma gradativa, toda a assistência possível.

“É um escritório móvel que vai poder percorrer os territórios onde esses catadores e catadoras trabalham, para então fazer uma aproximação com eles, entender as suas necessidades em cidadania e conectar eles com os serviços da Prefeitura e de outros órgãos que possam atendê-los. Então essa é a proposta do projeto, mostrar para esses trabalhadores urbanos que usam a reciclagem inclusive como uma forma de vencimento da pobreza. E a gente então busca que essas pessoas saibam que eles são sujeitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que eles têm direitos em relação à logística reversa dos materiais e trazê-los para a visibilidade e o reconhecimento da prestação de serviços que eles fazem diariamente nas cidades do Brasil”, comenta o coordenador nacional do Conexão Cidadã, Fábio Cetrim.

Para a mobilizadora e catadora Annemone Santos, essa é uma política pública que atua diretamente na vida dos catadores de rua e vai trazer a visibilidade e a valorização dessas mulheres e homens que fazem a economia circular na cidade. “É um desafio, mas acredito que em rede a gente vai conseguir superar muitas coisas e trazer toda a rede e o seu desenvolvimento para os catadores de rua”, pontua.

Foto: divulgação

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